terça-feira, 4 de agosto de 2015

Passagem, 49 - The polar dream, Nala.


Hoje acordei de uma forma que não queria precisar de nada. Quando digo "nada", palavra tão forte e de peso, não me entendam mal. Não me acho auto suficiente, não sou e muito menos, tenho tal pretensão. Queria não precisar de "nada" da mesma forma que minha grande amiga, minha cachorrinha, Nala, não precisa. Ela não conta com materialismo, com a cor da coleira, com a marca da ração, com o tecido da caminha, com a marca da vacina, não. Ela espera meu carinho, minha companhia, abrigo e alimento. Tendo tais simples necessidades cumpridas, ela fica bem aqui, no Rio de Janeiro, Glasgow ou Sabará. E é sobre essas necessidades que penso. O tanto que somos drenados diariamente por pessoas, lugares e atividades que nada mais são do que passagens - não menosprezando sua importância, porém, não acho mais que valha à pena super estimá-las. Vejo colegas e conhecidos que abrem mão desse sufoco, que dão um grande passo em um busca de um novo sentido em suas vidas. Muitos não conseguem cumprir suas expectativas... e esse é o lado mais visto e falado por todos. E aqueles que conseguem? Que são capazes de abrir mão do roteiro pré definido dentro do qual estamos aprisionados? Não é garantia de felicidade, é claro, mas o que é? Amigo, se existisse tal garantia, não buscaríamos mais nada.

Essa busca, esse divisor de águas vale à pena. A vida vale à pena. As desilusões e frustrações que as pessoas derramam em seu caminho não podem ser maiores do que você. Você vale à pena. A vida vale à pena. Você é maior do que isso. Somos mais do que um trabalhador, um pedestre, um político, um cidadão, um herói ou um vencedor. Querendo ou não, somos humanos... alguns menos do que outros. E quando penso em minha amiguinha, a Nala, tenho claro em meu peito que ela é a criatura mais humana que conheço.

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