São pelas pequenas felicidades que esses ventos sopram
São pelos pequenos amores que tenho vivido
Os planos revividos que aceleram o peito e acendem as luzes do futuro
Quando penso em descansar do caminho pelo qual venho caminhando mas,
não me afasto, mantenho aprumo e rumo ao horizonte que não vejo e
quem vê o que não se sabe?
São as pequenas estórias ilustradas que preencheram a minha história que escrevo
São os olhares que recebo em meio à tormenta, que tanto me acalmam ou me abduzem para
um céu que desconheço e lá
sinto paz.
E cada vez que me leva por ali outra vez,
não tenho vontade de sair.
São pelas notas que escapam daquele companheiro de 15 anos atrás que sinto conforto em paz ou tormenta
São pelos 31 anos daquela amiga que não conheci, nunca soube a história, mas que se foi sem motivos justos, por uma grande pedra jogada em seu lento caminhar
São pelas palavras lidas por olhos às vezes cansados do tempo que contam casos de vidas cabíveis de uma fuga fantástica
É sobre o tempo que persegue e enclausura e que tento me desviar, com a
clara noção de que não é possível, mas que
preciso dançar em sua música cruel e
eu danço.
São pelos dias que passam, passam, passam, passam...
passam por mim, em mim, sobre mim,
envolvem-me e prendem e por dias os
cumprimos de forma escravizadamente correta.
É pelos dias que queria viajar, vender livros, flores e cafés em outro lugar,
escrever as palavras que vejo pelos céus de seus olhos sem dono,
meus olhos que oscilam do claro ao escuro da noite,
dias mais leves em tempos mais
suaves,
são possíveis e
são por esses dias que acredito.
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