segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Passagem, 66


Eu esperava que dissesse para onde olhava... sei lá porque, talvez porque eu quisesse um daqueles clichês batidos de olharmos para o mesmo lugar, ao mesmo tempo, nem que fosse uma parte do céu. Não podia ser a lua, ainda é fim de tarde. Sabe? Aquela transição entre o sol fraco e início da noite, umas seis horas da tarde do segundo semestre do ano, na américa do sul. Deu pra pegar né? Não sei, são algumas coisas que lemos ou canções que ouvimos capazes de dar um click em algum sentimento esquecido ou deixado de lado. Pela causa que for, sendo bom, vou seguir. Tenho vivido assim e quer saber? É bem bom. As dificuldades que me imponho são um saco, respirar mais leve faz bem, os pulmões enfumaçados agradecem. Diga que é assim e pronto, sem mais delongas, alongas, nem nada. Esse negócio de solidão foi minha bandeira por muito tempo - ainda é - mas estou tentando mudar meu lema. Esse clichê, tão romântico e bem humorado como os filmes do Woody Allen, que estou tentando viver.

Em algum andar do prédio uma furadeira insistente está tentando trabalhar há algumas milhares de horas, já perdi a conta, na verdade, se ela parar vai ficar aquela sensação de que está faltando alguma coisa. E muitas coisas são assim, dá pra se acostumar com zumbidos, machucados e arranhões, temos uma resistência que não imaginamos... mas quer saber? É muito bom saber mudar a trilha sonora. Vai que dá pé?

Nenhum comentário:

Postar um comentário