sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
Passagem, 41 - Velho vento
O vento velho que chegava era surpreendentemente sedutor. Carregava claramente a brisa que corria sobre aquelas ruas de calçamento que tanto gostava. O aroma da lembrança e da saudade, já conhecido e por isso, saudosista, o acariciava agora da forma que melhor podia imaginar. A memória não tinha característica única, não era pintura de ponto marcado; era um conjunto de formas, sentidos, expressões, cores e odores; tudo disforme, sem inícios ou fins, mas que se harmonizavam de uma maneira fantástica, com um encaixe desorganizado e perfeito. E era engraçado que naquele início de ano, com tantos pensamentos sobre mudanças, novidades, atitudes e expectativas, o que mais o animou e trouxe uma torrente de energia foi a história já contada, trazida por aquele velho vento novo.
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